Um sonho por acaso: Bate-papo com Luiza Toledo
Oii!
Começando o ano por aqui com bate-papo novo, e dessa vez quem compartilha um pouquinho da sua história e experiências com a gente é a bailarina Luiza Toledo.
Jovem, focada, determinada e cheia de sonhos, Luiza, que tem desesseis anos, traz a representatividade das bailarinas que estão em busca da sua realização profissional.
Comunicativa, se descreve “feminista, vegana e ativista”, adora compartilhar nas redes sociais seu dia a dia, dicas, videos divertidos e, assim, cultivar uma troca gostosa com as meninas da sua geração.
Confira abaixo o que ela contou para Armando Barros.
AB - Luiza, conta pra gente como começou sua história com a dança?
LT - Minha história com a dança é um pouco engraçada. Comecei a dançar por recomendação médica! Nunca tive a intenção de levar como algo profissional, era somente uma diversão na minha infância. Como eu sempre fui muito agitada, e não parava quieta, minha mãe achou que tinha alguma coisa de errado, e que talvez pudesse ser tratada com remédios. O meu médico então disse que era apenas excesso de energia, e que se me colocasse no ballet eu poderia ficar mais calma (risos).
Conforme o tempo foi passando eu queria me “enfiar” em todas as aulas de ballet existentes, e então minha mãe me colocou numa escola profissionalizante, que inclusive era aonde a minha irmã fazia ballet antes. A partir daí, o ballet foi ganhando um espaço enorme na minha vida.
AB - Como uma jovem bailarina, e que busca seguir carreira profissional, o que você acredita ser essencial para seguir com a dança profissionalmente?
LT - Humildade, foco e muita determinação. Parece ser clichê, mas essas três palavras são a chave para conseguir alcançar seus objetivos. O ballet é um lugar no qual você sempre será corrigida, além de conviver com muitas pessoas com o mesmo objetivo que você; por isso é preciso ter humildade para aprender e lidar bem com isso.
O foco é algo essencial, você terá que escolher o ensaio ao invés do shopping com as amigas. É necessário abrir mão de muitas coisas.
E a determinação, porque é uma profissão que exige o máximo de você, onde seu corpo e mente precisam estar bem para que você consiga praticar até 8 horas por dia dentro de um estúdio. Você precisa se alimentar bem, precisa estudar muito, e sempre querer melhorar. É uma batalha bem árdua.
AB - Você alguma vez já pensou em desistir? Se sim, o que te fez continuar?
LT - Nunca! O máximo que eu tive foram alguns dias de desânimo, mas que passaram assim que eu fiz outra aula de ballet e encarei o desafio.
Essa vontade de querer conquistar um objetivo, e a sensação de conseguir terminar aquela coda difícil, provar pra mim mesma que eu posso, é algo que me empolga muito.
O ballet me faz feliz numa forma que meu coração explode de gratidão, eu não consigo e nem quero ficar sem isso, é realmente o que eu amo.
AB - Podemos dizer que você já é uma influenciadora digital na dança com as suas redes sociais. Como você vê o seu papel e as suas responsabilidades ao se comunicar com tantas crianças e jovens?
LT - É uma responsabilidade muito grande lidar com tantas mentes, uma vez que um simples comentário pode arruinar com alguém, mesmo que não seja intencional. Acredito que a função do influenciador é influenciar com coisas que podem ser úteis e informativas. Gosto de ensinar, fazer resenhas, e expandir o olhar de quem dança, e também dos que não dançam. E também é gratificante ver o resultado disso, ver meninas falando que, de certa forma eu as ajudei a se aceitarem, ou a galera fazendo as minhas receitas, usando as minhas dicas para giros ou de sapatilhas de ponta, por exemplo.
AB - Apesar de ser muito nova e de ainda ter muito para viver como bailarina, gostaríamos de saber o que a jovem Luiza já leva da dança para a vida.
LT - A disciplina, com certeza. O ballet me deu disciplina com horários, comprometimento, como me comportar, a forma como trabalho em grupo, meu controle emocional, como encarar competições... com certeza são coisas que eu levo tanto na vida pessoal como na vida acadêmica e profissional. Acho que o ballet moldou e determinou uma parte da minha personalidade, eu não seria a mesma Luiza se não fosse bailarina e acho que não teria a mesma maturidade para lidar com muitas coisas da vida. Quando acho que já sei de algo, eu logo em seguida me deparo com mais! (risos).