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Dança, Yoga e autoconhecimento: Bate-papo com Paula Federici

Dança, Yoga e autoconhecimento: Bate-papo com  Paula Federici

Olá, querido leitor! Tudo bem com você?

Pensando em fazer com que nossos leitores entrem ainda mais no clima da nova coleção da Labè - BE, cujo conceito aborda também sobre os prazeres e benefícios da prática do autoconhecimento, convidamos uma pessoa especial para esse bate-papo.

Paula Federici tem 27 anos e dança desde criança. Sua mãe também foi bailarina, e assim que Paula aprendeu a andar, aos aninhos de idade, ela já começou a praticar ballet, sapateado, jazz… passando a infância, adolescência e começo da vida adulta dançando.

A dança sempre esteve muito presente na vida dela, mas acabou se afastando das aulas quando se mudou de Guarapari para Vitória e, mais ainda, quando posteriormente se mudou para a grande São Paulo para cursar Design de Moda, onde a louca rotina acabou não permitindo as vivências com a dança.

Mas Paula conta que, de uma forma ou de outra, a dança sempre fez parte da vida dela, até mesmo de maneira inconsciente, seja colocando uma música alta e sair dançando pela casa, ou assistindo a vídeos com pessoas dançando. Hoje, a dança volta a estar presente em sua vida, com um sentido um pouco diferente, bem mais consciente, usando a modalidade como uma ferramenta de autoconhecimento no Yoga.

Há aproximadamente quatro anos, movida pelo desejo de continuar a se movimentar, Paula começou a praticar Yoga pelo Youtube, sem muita noção da complexidade da atividade. Depois que teve seu primeiro contato com um studio, a paixão foi crescendo cada vez mais. A partir de então começaram estudos mais aprofundados e com o tempo as aulas foram tomando uma outra direção até que, como ela menciona, “incapaz de fugir” acabou se tornando professora.

Paula comenta que, em meio a tantos estudos , ela foi percebendo como a dança e o ballet a ajudaram na  consciência corporal, provocando a sensação de forte conexão com seu próprio corpo, percebendo as pequenas sensações.

Confira o nosso bate-papo sobre a relação Yoga, Ballet e autoconhecimento. Espero que curta a leitura!

Armando Barros.

 

AB – COMO VOCÊ DESCREVE A RELAÇÂO DO YOGA COM O BALLET? VOCÊ ACREDITA QUE EXISTEM BENEFÍCIOS ESPECÍFICOS QUE BAILARINOS POSSAM CONSEGUIR ATINGIR PRATICANDO YOGA?

PF- A dança traz de uma forma ou de outra um maior autoconhecimento sobre nosso corpo. Adquirimos uma consciência corporal e isso é muito importante, pois o corpo não está dissociado da mente. Nós usamos a dança como forma de expressão, então temos contato maior com os nossos sentimentos, e com o Yoga vamos buscar estabelecer conexões com as nossas emoções.

Quando dançamos, somos absorvidos pela dança, o movimento e a música se transformam em uma coisa só, é quando damos vazão às emoções. Tudo isso , quando levado para o Yoga, faz com que tenhamos mais facilidade nos exercícios e assim o processo de autoconhecimento no Yoga se torna ainda mais profundo.

E se tem uma coisa que eu vejo em relação ao Yoga e a Dança e que pode beneficiar muito os bailarinos são as ativações do corpo. A dança reforça ativações que não são naturais, mas que são necessárias para o corpo do bailarino, como encaixar o quadril, fechar as costelas, sugar o abdômen. E as posturas do Yoga complementam esse trabalho físico, soltando e fortalecendo articulações e tratando o corpo com um pouco mais de carinho. Quando eu digo “mais carinho” não significa que o ballet nos maltrata, mas sabemos que às vezes exige um esforço físico muito grande.

Além disso, no ballet trabalha-se muito a flexibilidade e o alongamento, o que facilita bastante as posturas do Yoga. Então, um bailarino vai ter muita facilidade com as posturas que exigem mais alongamento, mas ao mesmo tempo no Yoga esse bailarino vai trabalhar o fortalecimento das articulações e a mobilidade da coluna para aliviar o peso, além de aprender a descansar a mente. Sendo assim, às vezes fazer um Yoga mais terapêutico pode ser ainda mais interessante para aqueles que dançam com muita intensidade.

 

AB – A NOVA COLEÇÃO DA LABÈ FALA UM POUCO SOBRE O AUTOCONHECIMENTO  E ÀS VEZES RELACIONAMOS O ASSUNTO COM O ‘OLHAR-SE AO ESPELHO’, O QUE NÃO DEIXA DE SER UM CAMINHO. NO SEU PONTO DE VISTA, COMO O ATO DE SE OLHAR AO ESPELHO É VISTO NA PRÁTICA DO YOGA?

PF - No Yoga não queremos olhar para os lados. De preferência, quando a gente se acostuma com a prática, vamos fazer de olhos fechados, pois já vamos saber internamente como a postura deveria  ser e ter a sensação de que a postura está correta, encaixada, alinhada. Não queremos olhar para os outros, ainda mais na prática em grupo, o objetivo é não nos compararmos com a outra pessoa, pois isso acaba gerando uma competição que o Yoga tenta eliminar, seja de você com o outro, ou até mesmo você consigo mesmo. Nós não precisamos olhar no espelho, ou ficar conferindo como a postura está hoje, como estava ontem, ou onde queremos chegar amanhã, pois não é um processo linear.

Nós acordamos diferente todos os dias, passamos por situações diferentes todos os dias e tudo causa um impacto diferente em nosso corpo. Por isso, treinar todos os dias para conseguir atingir uma determinada postura, e ficar se olhando no espelho de forma obsessiva, vai acabar causando uma pressa e frustração desnecessárias. O Yoga acontece um dia de cada vez, um instante de cada vez. Quando a gente para de olhar para o espelho, a gente abre ainda mais essa porta do ‘sentir’. Isso nos possibilita experimentar cada vez mais as pequenas sensações que passam despercebidas quando o olhar se distrai com o que está fora, mesmo que o objeto seja nós mesmos.

Existem muitas sensações e sabedorias internas que não conseguimos ouvir quando a gente se distrai. Quanto mais nós tiramos as distrações, a competição com o outro, ou com nós mesmos, mais a gente aprecia o processo.

 

AB – E COMO O YOGA PODE AJUDAR AS PESSOAS A DESENVOLVEREM UMA PRÁTICA DE AUTOCONHECIMENTO ?

PF - O Yoga é uma ferramenta maravilhosa, é como os textos sagrados falam, um verdadeiro presente para a humanidade. É uma ferramenta para o autoconhecimento que ajuda o ser humano a voltar a sua essência. Quando olhamos demais para o mundo externo, nós acabamos perdendo um pouco dessa essência.

As posturas do Yoga promovem vários benefícios físicos, psicoemocionais, energéticos, fazendo com que sejam despertadas várias coisas dentro de nós. Durante a prática do Yoga, nós entramos em contato com nós mesmos e nesse instante criamos uma pausa fora do tempo. É um momento onde entramos em contato com tudo que acontece da pele pra dentro e isso é autoconhecimento, é a observação de nossas emoções, de nossos pensamentos (até mesmo aqueles repetitivos), das sensações do corpo e da razão delas existirem. Isso nos ajuda a saber quais hábitos que estamos cultivando no dia-a-dia que fazem com que sintamos determinadas emoções. Assim, o Yogavai nos trazer esse estado de união entre corpo, mente e espírito, que nada mais é do que um estado de presença, onde temos consciência e clareza das formas como agimos e reagimos aos estímulos da vida.

Aos poucos vamos transformando todos os desejos de nossas vidas em realidades, com essa clareza, consciência e atitude interna que foram adquiridas ao longo do tempo. Vamos ajustando as nossas ações em direção a quem realmente queremos ser. A filosofia do Yoga tem vários ensinamentos em relação ao autoconhecimento, que é um estudo da vida, indo muito além do nosso “tapetinho” de prática.

O Yoga vale para todas as ações de nossas vidas, através de muitos textos sagrados e ensinamentos que vão nos ajudar a estar o máximo possível em contato com quem nós somos: um ser divino em união e harmonia com a ordem do universo e com a inteligência cósmica muito maior do que nós, que é Deus, ou Universo, o que cada um escolher chamar.

 

AB – O QUE A PAULA LEVA DA DANÇA PARA A VIDA?

PF - Essa última pergunta pega, hein…

A dança me proporcionou momentos inesquecíveis. Eu carrego muitas memórias especiais e pessoas incríveis, que foram essenciais e fizeram parte da minha jornada, me ensinaram muito.

A dança em si tem todo o meu amor. Eu carrego todo o ensinamento de expressão e liberdade. Até hoje, mesmo não dançando mais oficialmente, em cada momento que eu preciso estar em contato com minhas emoções, com meus pensamentos e sentimentos de uma forma mais ativa, eu danço e deixo que tudo fale por si. Essa fluidez e consciência de quem eu sou vem muito através da dança. Eu carrego isso comigo até os fins dos meus dias. A dança faz parte de quem eu sou.

@paulafederici


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